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Jun 20, 2023

Procurando respostas: a nova tecnologia a bordo pode ajudar a proteger os oceanos

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Por ALI JONES

Ao largo da costa acidentada da Islândia, cinco embarcações de pesca fazem parte de um projeto para testar uma máquina de última geração para capturar informações sobre a captura do dia. Pioneira, a iniciativa visa ajudar a atender à necessidade de dados mais detalhados sobre o estado de nossos mares.

"Vivemos em uma época de tecnologia onde tudo está sendo digitalizado e registrado em um banco de dados, mas pelo que sei é a primeira vez para peixes selvagens", disse Axel Freyr Gíslason, chefe de desenvolvimento de produto da Skaginn 3X, desenvolvedor da máquina de digitalização com computadores e câmeras. A empresa com sede na Islândia faz parte do projeto SEASCANN financiado pela UE.

A proteção dos ecossistemas marinhos em todo o mundo é uma questão cada vez mais premente, que recebeu um novo impulso pelas metas internacionais de sustentabilidade e biodiversidade acordadas na Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP15) em Montreal, Canadá, em dezembro de 2022.

Por um lado, o mar é uma fonte vital de alimentação para as pessoas e a pesca é uma atividade económica que sustenta muitas comunidades costeiras na Europa e no mundo. Por outro lado, esses recursos estão sendo amplamente superexplorados e há um risco real de que o número de certas espécies entre em colapso ou que os ecossistemas sejam irreversivelmente danificados.

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Embora alguns progressos tenham sido feitos desde a reforma da Política de Pescas da UE em 2013, a sobrepesca é uma ameaça persistente, particularmente no Mediterrâneo e no Mar Negro. Além disso, estão as preocupações com a poluição e a saúde geral do ecossistema.

O escoamento de produtos químicos e fertilizantes de terras agrícolas, em particular, levou, em certas áreas, ao excesso de nutrientes na água. Isso, por sua vez, resultou no crescimento excessivo de algas que esgota os níveis de oxigênio e sufoca outras formas de vida marinha.

Obter uma visão geral precisa de todos os fatores que contribuem para a construção de um ecossistema marinho saudável é vital. Também é desafiador. É aqui que o conhecimento científico tem um papel crucial a desempenhar: informações de alta qualidade são essenciais para entender o estado da situação e quais ações serão mais eficazes para restaurar a saúde dos oceanos.

A UE está a apoiar uma variedade de projetos de investigação destinados a aproveitar as novas tecnologias para aumentar a qualidade e a quantidade de informação disponível para cientistas e decisores políticos.

Escopo mais amplo

Outro projeto desse tipo é o EcoScope, que partiu do princípio de que todos os aspectos do ecossistema marinho estão interconectados. Até o momento, os esforços para preservar os estoques de peixes geralmente se concentram no manejo de espécies uma a uma, muitas vezes colocando um limite de captura em uma determinada espécie de peixe se seus números forem muito baixos.

EcoScope visa estabelecer uma abordagem mais abrangente para a gestão da pesca, rastreando a saúde do ecossistema como um todo.

O projeto envolve 18 países. Seus parceiros incluem universidades, instituições de pesquisa, organizações não governamentais e empresas de tecnologia. A equipe do EcoScope está mapeando uma série de fatores que podem afetar a saúde da pesca, incluindo mudanças no meio ambiente, o status de outras espécies e o impacto da atividade humana.

A informação recolhida está a ser disponibilizada através de uma única plataforma online interoperável e também aberta ao público em geral.

Foco no hobby

A profundidade e o escopo das informações disponíveis tornarão o banco de dados tão interessante para pescadores, mergulhadores e surfistas quanto para pesquisadores e formuladores de políticas. Irá, por exemplo, combinar dados estatísticos e de pesquisa centralizados com informações em tempo real sobre temas de interesse público, como altura das ondas, ondas de calor ou flora e fauna marinha local.

A plataforma também tem um papel educacional. A EcoScope Academy incluirá cursos online, webinars e jogos educativos para estudantes, jovens cientistas e formuladores de políticas.

O primeiro capítulo do curso avançado online, uma introdução à gestão pesqueira baseada no ecossistema, já está disponível online. A versão do Mediterrâneo Oriental da plataforma de simulação de Planejamento Espacial Marítimo, que incorporará testes de cenários, estará pronta no final de 2023.

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